quinta-feira, 8 de fevereiro de 2024

Um pe(r)dido...

Sabe... talvez a vida não seja um jogo. Mas se tentarmos jogar com ela, com toda a certeza, iremos perder...


Sabe... todas as vezes que joguei, paguei caro quando brinquei e saiu de graça quando soube a hora de parar.

Sabe... todas as vezes que confiei, confiei acreditando no amor não pela forma que os outros amavam, mas pela forma que EU amava. Quebrei a cara todas as vezes.

Sabe... chorei com quem chorava e sorri com quem sorria. Para tudo o que li, eu tinha todas as respostas. Mas, para tudo que eu senti e sinto, continuo perdido...

Sabe... fiz do meu ombro, o altar de lamentos, fiz das minhas palavras as respostas dos outros. Fiz do meu sorriso, a alegria de quem o avistava. Fiz das minhas falsas esperanças, as reais de outro alguém. Fiz do meu colo, um porto seguro onde pudesse deitar e dormir. Dormir tão profundamente que de tão fundo, você sonhava. (Mas navios partem e pessoas também).

Sabe... a vida pode ser esse jogo... mas nesse jogo de idas e "Vidas", eu perdi...

Como escreveu Josten Gardeer "criaturas são belas,  mas todas perderam a razão, exceto uma. Só o curinga não se deixa iludir"

Eu sou um tipo diferente de curinga...

Um curinga normal, "é um caso à parte; uma carta sem relação com as outras. Ele está no mesmo monte das outras cartas, mas aquele não é seu lugar. Por isso pode ser separado do monte sem que ninguém sinta falta dele. Mas ele também é versátil. Ele substitui qualquer outra carta do baralho. E por ser tão simples, quando as pessoas percebem isso, já é tarde de mais."

Já eu, não faço parte do baralho. Não substituo outras cartas. Sou o que sou e amo como amo, pois não sei outra maneira de fazê-lo.

Apesar de rodeado de outras cartas, não me sinto pertencente a lugar algum.

Talvez eu seja só a caixinha do baralho.

Aquela caixinha que guarda com carinho cada carta em seu devido lugar e fica um espaço vazio para cada carta que falta das 54. Sendo 52 cartas cada uma com sua função e seu valor e 2 curingas onde um seria a ideia que eu tenho de mim e o outro, a vontade que você notasse essa ideia. Mas ainda acredito que um dia não serei mais uma caixa e virarei alguém que talvez se encaixa em algum "de repente" que a vida joga na mesa...

Sabe... queria que soubessem...
O mundo é lindo através de seus olhos...
Como podemos não ver isso?
Observar a vida com amor...
Roubar a cena com paixão...
Remediar as dores com vontade...
Observar o amor onde quer que se vá...

O pedido? Está na letra inicial de cada frase do último parágrafo.

Fico grato por ser pelo menos uma caixinha, de cartas ou de memórias. Tem gente que nem de verdade é, e outras, são coisa alguma...

E eu? Bom, talvez amor e pertencimento não sejam para mim...

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